ADRIANA NATALONI
EXPOSIÇÕES
INDIVIDUAIS
CONSUMÍVEIS, 2024
"A terceira revolução industrial iniciada em 1950 produziu uma gigantesca quantidade de objetos descartáveis. A invenção do plástico toma progressivamente lugar da madeira e couro. Para manter a lógica econômica esta revolução propõe a solução dos objetos descartáveis. Altera a relação valor x preço da cultura material. Essa indústria quer um sentido de igualdade, uniformização, e repetição dos objetos ao infinito e a prática do descarte. Os processos artísticos serão inevitavelmente afetados. Desde a aparição das tintas acrílicas e esmaltes sintéticos até a estrutura de objetos sólidos e tridimensionais em acrílico, resina e outros materiais. Segurança, previsibilidade e uniformização para atingir a promessa de felicidade através do consumo. Adriana Nataloni realiza um laboratório de possibilidades. Cria um cosmos de conexões indeterminadas revestida de insurgências diversas. No resultado final percebemos uma nova relação das partes com o todo. Realiza uma Gestalt pelo contrário da lógica determinada pela indústria de objetos. O trabalho de Adriana Nataloni está longe de atingir as premissas estéticas da indústria. Utiliza-a com desígnios opostos. Busca a estética do caos onde antes na origem só existia a ordem imposta pela esteira de produção. Suas criações relaciona-se propositalmente com o questionamento da inadequação diante do mundo da matéria construída. Disponibiliza uma estética de rebelião a este processo civilizatórios. Enquanto nos produtos da indústria prima pela garantia da certeza, Adriana nos desvela a instabilidade do incerto como meta na existência material. Uma mensagem às avessas que a vincula os artistas do Black Mountain College e sua herança dadaísta. Essa rebelião dos objetos descartáveis se reflete no conjunto de procedimentos que negam a origem e lógica da indústria.. São criações únicas impossíveis de serem serializadas . Neste sentido é o oposto da Pop Art, também um movimento derivado da super industrialização. Seu trabalho não busca a solução dos conflitos. Denuncia a inadequação destes objetos no mundo de consumo de massa. A organização do caos permite novos significados e propósitos para estes objetos antes descartáveis. É a poética de um novo estado da matéria."
Marco Cavalcanti
MSc UFRJ
Laboratório de Atmosferas, 2023
Habitamos um mundo ordenado; vemos isso no design dos produtos, na centralidade dos mobiliários, tudo feito para o mediano comportamento dos corpos e seus desdobramentos no nosso modo de pensar. O mundo tal como se abre às nossas percepções já traz em sua abertura um modo de ser, o que evidencia que a tradição ocidental unificou num pensamento de totalidade como uma medida vinculante.
Ao mesmo tempo que a aparente ordem se apresenta, sabemos que a natureza com a qual idealizamos sofre uma transformação considerável. Não nos passa despercebido que as mudanças climáticas, a poluição dos rios e mares, são intervenções nocivas no meio ambiente. O mundo natural sempre nos foi hostil. A filosofia e a ciência fizeram com que o conhecimento pudesse de alguma forma criar padrões de captura tanto da ordem quanto da causalidade, o que nos proporcionou tentar refrear o domínio das intempéries.
Para nos abrigar dos fenômenos naturais, construímos uma arquitetura íntima na qual são climatizados não só nossos modos de ser, a cultura e a arte, como as construções arquitetônicas e metafísicas, que convergiram para um vocabulário comum, na celebração do encontro com o outro.
O aparecimento do rosto como o reconhecimento facial foi uma conquista dos hominídeos ao longo da história, propiciando o surgimento da esfera íntima. Os rostos pintados tão fragmentados e sumidos na paisagem da proporção/ desproporção da artista Adriana Nataloni nos dão a impressão contrária. Mais do que nunca a discussão sobre a totalidade e a parcialidade alcança tamanho destaque em nosso tempo histórico. Será que só podemos nos relacionar com os poucos vestígios que nos sobraram? Há na lida fragmentária da forma (e sua edição) um modo muito próprio de lidar com tudo o mais? Os restos inorgânicos jogados nas ruas estariam desvinculados da dimensão global do debate que solicitam?
Descartados em volumes impressionantes e invisibilizados como um problema global, alcançam uma dimensão citadina quando apanhados para algum fim que seja possível. Tanto os artistas quanto os famintos buscam as caçambas de lixo. Os primeiros veem possíveis esculturas, daí a coleta de restos de coisas da indústria não estar somente ligada ao regime pop de suas embalagens, mas a própria ação de reincorporá-las já se constitui como trabalhos de arte. É claro que a artista se insere numa longa tradição da história da arte que vem desde Duchamp até a esteira do Conceitualismo. Não hierarquizar os materiais, mas ao manipulá-los como objetos de arte, não necessariamente utilizando-os na direção de uma postura social (reciclagem), faz com que Adriana os envolva no invólucro circundante do mundo.
É nessa abertura entre pensamento de arte, visada de mundo e manipulação da vida que se encontra a força do trabalho de arte de Adriana Nataloni.
Centro Cultural Municipal Sérgio Porto. Curadoria por Aline Reis
COLETIVAS
Jardim de verão - 2025
A Galeria Dobra e a Artnova convidam o público a um mergulho sensorial em uma paisagem pulsante, onde a natureza transborda em cores, texturas e desejos. Jardim de Verão é uma exposição coletiva que reúne artistas cujas obras evocam o universo da botânica, do tropical, do calor e da libido. No segundo andar da icônica Fábrica Bhering, no Rio de Janeiro, a mostra transforma o espaço expositivo em um jardim vibrante, onde folhas, frutos, flores e corpos se entrelaçam em uma dança voluptuosa. As obras transitam entre pintura, escultura, fotografia e instalações, criando um ambiente onde a experiência estética se confunde com a sensorial. O espectador é envolvido por formas orgânicas e atmosferas quentes, por matizes que remetem ao desejo, por superfícies que parecem respirar e transpirar sob o calor do verão carioca. O erotismo da natureza se revela na força latente das imagens, na vitalidade que brota das composições. O tropical, aqui, não é apenas uma paisagem, mas um estado de intensidade e entrega — uma pulsação que atravessa o olhar e desperta os sentidos. Um convite para se deixar levar pelo sopro quente que permeia a estação e a arte.
Galeria Dobra | Artnova - Fábrica Bhering/RJ

Máscaras - 2024
A Máscara de argila, aplicada ao rosto como material efímero, carrega em sua essência a transitoriedade de sua existência, ao ser moldada sobre a pele,assume formas e texturas únicas, criando um diálogo entre o humano e o orgânico. Sua efemeridade reforça a ideia de transformação.
Ateliê Pluralistas - Fábrica Bhering/RJ
Giro Abissal - 2024
A exposição “Giro abissal” lida com o teto histórico decolonial como anteparo visual dos artistas que vivem no seu tempo o esfacelamento do mundo eurocentrado, prelo do repertório imaginário que outrora habitávamos, espelhando os nossos trabalhos de arte. Mesmo encharcados da ontologia e da epistemologia europeias e compreendendo que a Arte Contemporânea se mantém próxima aos desdobramentos teórico-visuais da Europa e dos Estados Unidos da América, vimos irromper com toda a força no circuito de arte brasileiro, nessas primeiras décadas do século XXI, o paradigma decolonial. Isso significa dizer que o modus operandi do Norte Global como modelo universal estético, ético e político de uma sociedade passa a ser problematizado, inclusive na dinâmica diametralmente oposta do Sul Global, o que não passou desapercebido aos autores que outrora escreverem sobre a assimétrica relação entre os países desenvolvidos e a subalterna América Latina, ou como afirmou o sociólogo Alain Tourraine, na análise televisiva: “A América Latina não existe”. O giro operado alcançaria a sedimentação histórica dos papéis sociais, as questões econômicas e territoriais que mantém a abissal assimetria entre os povos do Norte e do Sul Global, operando diretamente nas relações colonizadas preservadas na colonialidade do poder, do saber e do ser.
Consulado argentino. Curadoria Aline Reis
Feira de Arte Aberta - 2024
-A Feira de Arte Aberta nasceu com um propósito claro: conectar artistas independentes ao público - desde os apaixonados por arte e colecionadores experientes até quem está buscando sua primeira aquisição. Com obras de mais de 50 artistas, um movimento vibrante e cheio de energia se inicia. "Admirar e adquirir" é o nosso lema, e já no primeiro dia da edição de estreia, essa experiência ganhou vida.
Fábrica Bhering/RJ





A Arte Que Nos Une, 2024
Luis Felipe Noé, Oscar Smoje, Xul Solar, Marta Minujín e Antonio Berni são apenas alguns dos renomados artistas argentinos que nós, brasileiros, admiramos profundamente. Esta irmandade artística entre nossos países assemelha-se à dinâmica familiar: amor, competição, pequenas rixas, mas acima de tudo, muito afeto e respeito mútuo. As diferenças culturais existem e a intensidade dos argentinos é evidente em seus atos. Tive uma clara percepção disso no aeroporto de Buenos Aires, quando me vi em meio a um turbilhão humano, sem entender o que estava acontecendo. Na verdade, aquele frenesi se devia à chegada de Maradona de uma viagem. Os argentinos, movidos por uma forte emoção, demonstram uma veneração imensa por seus ídolos, algo que reflete profundamente em sua expressão artística. Em Buenos Aires, ao visitarmos o Museu Malba e nos depararmos com a obra Abaporu, de Tarsila do Amaral, sentimos a importância e o destaque que os argentinos conferem à arte brasileira. Este sentimento de reconhecimento e valorização transcende fronteiras e é um elo forte entre nossas culturas. Da mesma forma, retribuímos essa admiração, encantando-nos com as obras dos artistas argentinos. A exposição de Marta Minujín na Pinacoteca de São Paulo, por exemplo, atraiu filas intermináveis de visitantes ansiosos por contemplar suas obras deslumbrantes e inovadoras. Os artistas argentinos e brasileiros, cujas obras aqui apresentamos, evidenciam essa fraternidade ao adotarem princípios artísticos semelhantes. As cores vibrantes, as formas únicas e as narrativas profundas de cada artista demonstram o entrelaçamento de nossas produções culturais e a troca constante de influências e inspirações. Cada obra presente nesta exposição é um testemunho vivo da colaboração e do diálogo artístico que enriquece ambos os lados. Neste universo artístico criado, prestamos uma homenagem à amizade entre nossos paísesirmãos, unidos também pela arte. Através das obras expostas, celebramos não apenas a genialidade individual de cada artista, mas também o espírito de cooperação e respeito que fortalece a relação entre Argentina e Brasil. Que esta exposição sirva como um lembrete do poder unificador da arte e da importância de valorizar e promover a cultura de nossos vizinhos.
Mario Camargo (Curador)


Mosaico de Instantes - 2024
A questão de frente da sua pesquisa apresenta uma das discussões mais vigentes nos diferentes territórios do planeta : a complexidade do Antropoceno. Lidando com materiais inorgânicos descartados pela sociedade de consumo os recupera em seu poder escultórico incorporando-os a seus desenhos e pinturas. Ao recolher o descarte da indústria, se insere no regime da história da arte ligada ao Pop, devolvendo-os em esculturas, assemblages, objetos e instalações. Na fotografia de autorretrato questiona a desconstrução do rosto com a incorporação do desenho e da pintura, reunindo assim uma multi-diversidade no enfoque em seu trabalho.
Casa Gerson/RJ - Curadoria por Aline Reis
Ciclo Expositivo - 2024
A Galeria Tato apresenta o CICLO EXPOSITIVO 10 e 11, mostra que reúne cerca de 30 obras de 28 artistas participantes de duas edições da Casa Tato, programa principal da galeria, que trabalha a inclusão de artistas promissores no sistema da arte. A abertura será em sua sede, na Barra Funda, circuito efervescente de arte na capital paulista. A curadoria é de Sylvia Werneck e Claudinei Roberto da Silva, com assistência de Maria Eduarda Mota. Nessa exposição, os artistas participantes das edições 10 e 11 da Casa Tato se encontram no meio do caminho. O primeiro grupo conclui seu ciclo de acompanhamento, enquanto o segundo o inicia. São eles, respectivamente: Adriana Nataloni, Anna Vasquez, Bianca Lionheart, Desirée Hirtenkauf, Edu Devens, Gela Borges, Glenn Collard, Isabel Marroni, Janice Ito, Jaqueline Pauletti, Marcelus Freschet, Marina Marini Mariotto Belotto, Neto Maia, Tomaz Favilla.
Galeria Tato/SP - Curadoria por Sylvia Werneck
Bioma Bhering - 2024
Nos textos curatoriais, as palavras\conceitos agem como se fossem articulações - joelhos, cotovelos, punhos, tornozelos, ombros – de um corpo que precisa se movimentar para constituir, na coletividade, uma massa de mais de trinta artistas ávidos a mostrar numa exposição de arte a vida que perpassa tanto os vários ateliês como as galerias de arte e os outros mundos sociais que alimentam a coexistência na Fábrica Bhering. O desejo comum de criar uma “estufa imunológica” capaz de climatizar os futuros desdobramentos, parcerias e ações, é atravessado por um tempo histórico que ora grita e ora murmura “respostas” ao circuito de arte, nascidas do mundo atual. Temáticas como a natureza, a ecologia e o antropoceno, entre outras discussões, são colocados “pra jogo” nas relações entre os participantes que habitam um mesmo espaço geográfico, embora a diversidade seja uma de suas diferenças mais significativas. Um olhar treinado nas várias formas de “habitação” mostra como lidamos com o espaço tanto de forma ordenada quanto desorganizada. Independentemente se os trabalhos são objetos, pinturas, esculturas, instalações ou performances ainda não visíveis, tudo parece conter símbolos que inspiram compartilhamento, tais como: ninhos, bichos, lunetas, setas, flâmulas, janelas, paisagens, portas, fotos, anotações, indagações... Os trabalhos de arte ressoam e insuflam o desejo do outro, agasalham o mundo hostil, vertem o espaço comum da cultura guardando uma geometria vital à nossa existência.
Fábrica Bhering/RJ - Curadoria por Aline Reis
Cromatografia do Tempo - 2024
A exposição propõe uma experiência singular ao ocupar as ruínas do Parque Glória Maria com obras flutuantes, tecendo coletivamente uma grande instalação.
Artistas de diferentes estados brasileiros, dão a ver temas como: memória, tempo, espaço e a relação com a forma e materialidade das coisas
Parque Glória Maria. Curadoria por Plural Produções
Que dizer de nós? - 2024
A Galeria Tato, inaugura a coletiva “Que dizer de nós”, em sua sede na Barra Funda, circuito efervescente de arte na capital paulista. A mostra reúne cerca de 30 obras de 28 artistas participantes de duas edições da Casa Tato, projeto principal da galeria, que trabalha a inclusão de artistas promissores no sistema da arte. A curadoria é de Katia Salvany e de Sylvia Werneck, com assistência de João Pedro Pedro.
A mostra apresenta obras de Adriana Nataloni (Argentina), Alessandra Mastrogiovanni (SP), Alexandre Vianna (SP), Anna Guerra (PE), Anna Vasquez (BA), Bet Katona (RJ), Bianca Lionheart (SP), Danilo Villin (SP), Desirée Hirtenkauf (RS), Diogo Nógue (SP), Edu Devens (RS), Flávia Matalon (SP), Gela Borges (MG), Giovanna Vilela (SP), Glenn Collard (SP), Isaac Sztutman (SP), Isabel Marroni (RS), Jamile Sayão (SP), Janice Ito (SP), Jaqueline Pauletti (SC), Júnia Azevedo (RJ), Laura Martínez (México), Luciano Panachão (SP), Marcelus Freschet (SP), Marina Marini Mariotto Belotto (PR), Neto Maia (BA), Rogo (TO) e Tomaz
Favilla (SP). Criado em 2020, com o objetivo de dinamizar a carreira de artistas promissores, o programa Casa Tato chega à sua décima edição. “Ao longo de seis meses, os participantes fazem uma imersão de mais de 100 horas de encontros e trocas com diversos profissiona do sistema da arte do Brasil e do exterior”, explica Tato DiLascio, diretor da galeria e idealizador do projeto. Os curadores residentes das edições 9 e 10 foram Kátia Salvany e Sylvia Werneck. Entre os curadores convidados estão: Agnaldo Farias, Alice Granada, Andrés Duprat, Daniela Bousso, Francela Carrera, Filipe Campello, Javier Villa, Lorraine Mendes, Lucas Benatti, Ludimilla Fonseca, Marcello Salles, Nancy Rojas, Paula Borghi, Rejane Cintrão.
Nessa exposição, os artistas participantes das edições 9 e 10 da Casa Tato se encontram no meio do caminho. O primeiro grupo conclui seu ciclo de acompanhamento, enquanto o segundo o inicia. “Com pesquisas bastante específicas e poéticas variadas, podemos diz que, em seus trabalhos, os grupos partilham da vontade de esmiuçar o cotidiano e, com sorte, vislumbrar algum nexo na aventura de existir”, diz Katia Salvany. “Lidar com o transitório, encontrar o lugar do corpo na urbe, tentar refazer o elo rompido com a natureza ou compreender a memória são algumas das questões abordadas pelos artistas. As linguagens plásticas são tão variadas quanto os caminhos escolhidos para o mergulho em seus processos”, resume Sylvia Werneck.
Galeria Tato/SP - Curadoria: Katia Salvany e Sylvia Werneck
Superfícies se aproximam - 2023
O trabalho de Adriana Nataloni mobiliza conceitos como natureza, ecologia ou antropoceno quando mostra os vestígios plásticos que habitam o nosso cotidiano. Eles surgem como imagens propiciando a livre associação das ideias a serem jogadas no horizonte interpretativo do espectador. Nesse momento aparecem algumas perguntas: se partirmos da familiaridade com que temos diante das imagens, fruto de muito "treinamento", conseguimos enxergar o trabalho de arte para além dele mesmo? Por que hoje se fala em imagens e não em obra de arte? Quantos intercâmbios de apreensões distintas (e leituras desiguais) são necessários para construir um trabalho de arte contemporânea? As indagações são mais necessárias à fruição do que meramente um recurso curatorial a ser respondido. Um novo olhar no mundo dos algoritmos se faz necessário.
Fábrica Bhering/RJ. Curadoria: Aline Reis
Territórios insustentáveis - 2022
A exposição coletiva na Galeria Antonio Berni traz vinte e sete artistas oriundos de distintos territórios do país e do mundo, ocupando variadas “territorialidades” da arte contemporânea: pintura, escultura, instalação, objeto, vídeo e intervenção. Os trabalhos confluem na direção das discussões do circuito de arte: o espaço a partir da geografia, o tempo no campo político das relações sociais e as corporeidades, não só em novos corpos não-normatizados, como dentro de novos
paradigmas dominantes. Os dois vetores interpretativos - o pensamento Descolonial e o Antropoceno – aparecem na visualidade das obras: do retrato à paisagem, dos rostos aos vestígios, dos animais aos líquens. A insustentabilidade de habitar um mundo histórico regido pela rapidez e pela velocidade da técnica, e o seu caráter globalizado de absorção e troca, nos mobiliza e nos deixa sobrecarregados por um tempo exaustivo. A arte contemporânea viabiliza esse respiro criando uma atmosfera própria de retirada das demandas que nos aprisionam. Citando o artista Anselm Kiefer: “O que faz um artista? Estabelece relações entre as coisas. Ata os fios invisíveis entre elas. Mergulha na história, quer seja da humanidade, a história geológica da Terra ou o princípio e o fim do Cosmos”.
Consulado Argentino/RJ. Curadoria: Aline Reis